A Catedral Metropolitana Nossa Senhora Aparecida recebeu a comunidade arquidiocesana para celebrar, neste domingo, 25, Dia Nacional do Catequista, a Missa com a instituição do Ministério de Catequista, pela primeira vez na Arquidiocese de Brasília (DF). Foram 96 homens e mulheres atuantes em suas respectivas paróquias do Distrito Federal que receberam o ministério das mãos do arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cezar Costa, e do bispo auxiliar dom Denilson Geraldo.
O ministério de catequista foi instituído pelo Papa Francisco com o Motu Proprio Antiquum Ministerium, recordando a missão daqueles que, desde a Igreja primitiva, têm a missão de ensinar. Os catequistas que receberam o ministério instituído são pessoas que, segundo dom Paulo, já estão doando a vida em suas comunidades e “já estão exercendo esse ministério há anos”.
Servir ao Senhor
Em sua homilia, o arcebispo de Brasília meditou as leituras deste 21º Domingo do Tempo Comum, relacionando a decisão de colocar-se a serviço de Deus feita por Josué, no Antigo Testamento, com o ministério de catequista.
A primeira leitura apresentou Josué que reúne o povo de Deus na assembleia de Siquém e instiga a escolherem a quem querem servir, se aos deuses estranhos ou ao Senhor que os libertou do Egito. “Quanto a mim e à minha família, nós serviremos ao Senhor”, disse Josué.
“Servir ao Senhor implica direcionar a vida para Ele, implica fazer Dele o centro da vida, da existência”, disse dom Paulo. Nesse sentido, a motivação é que apliquemos o primado de Deus em nossas vidas, colocando sua lei e seus mandamentos no centro. “Sua Palavra vai pautando as nossas pequenas e grandes atitudes”.
Falando sobre o Evangelho, narrado por São João, quando Jesus percebe a murmuração entre os discípulos, que reclamam dizendo que as palavras de Jesus são duras, o cardeal explica que “murmurar é sempre a incapacidade de perceber o projeto de Deus”. A fé, por outro lado, “é acolher o projeto de Deus como dom” e “nos dá a certeza de que o Senhor está sempre conosco, alarga a nossa existência, a nossa capacidade de servir e amar”.
“A fé me insere numa grande família, a fé me faz servidor numa grande família. É isso que nós estamos fazendo aqui hoje, quando nós estamos investindo vocês com o ministério de catequista. É a graça de servir ao nosso povo, na formação de discípulos missionários”, disse aos catequistas eleitos para o ministério.
Dom Paulo destacou a figura dos catequistas:
“O catequista é aquele, aquela, que, como pedagogo vai conduzindo aquele/aquela que se encontrou com Cristo e vai conduzindo-o no aprofundamento do mistério de Cristo, formando discípulos e discípulas, discípulos missionários, usando uma expressão do Documento de Aparecida. O catequista é um servidor do povo de Deus, alguém que alargou a sua dimensão de servir, de se doar na vida da comunidade. É alguém que, a partir do momento que afirmou o primado de Deus na sua vida, alargou a sua capacidade de servir, de amar, de se doar, nessa missão bonita e fundamental de formar discípulos e discípulas”, afirmou.
No rito de instituição do ministério, os catequistas receberam a cruz de Cristo, “sinal da nossa fé, fonte da verdade e da caridade de Cristo”, com o mandato de “anunciá-lo com a palavra e a vida”. Também receberam a Bíblia, “o livro da Palavra de Deus” para ser luz em suas vidas.
Agradecimento
A final da celebração, a coordenadora arquidiocesana da Catequese, Brasiliana de Castro Pereira, falou em nome dos novos ministros catequistas.
“Somos privilegiados e agradecidos a Deus pela graça de vivermos e testemunharmos este momento histórico na arquidiocese de Brasília, com a instituição dos primeiros ministros da catequese. Desde a publicação do documento, em 2021, nós catequistas esperávamos ansiosamente por este acontecimento. Mas é o coroamento da nossa caminhada catequética que se torna realidade. É um triunfo, é uma glória, mas, acima de tudo, é um reconhecimento! Que isso isso não nos envaideça, ao contrário, desejamos manifestar nosso júbilo por termos sido contemplados pelo amor e pela misericórdia do Senhor, que vê em nós capacidade para assumirmos mais um serviço a Deus e a esta Igreja”, afirmou.
Basiliana agradeceu ao “desejo ardente do coração de Dom Paulo” que possibilitou a instituição do ministério na arquidiocese e ao suporte de dom Denilson. No final do ano passado, o arcebispo enviou uma carta a todas as paróquias da arquidiocese pedindo a indicação de uma pessoa para receber o ministério.
A catequista também manifestou gratidão aos formadores, na pessoa do padre Jânison de Sá Santos, subsecretário adjunto de Pastoral da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB).
O processo de formação
O presbítero a serviço da Conferência Episcopal contribuiu na formação dos ministros catequistas desde o ano passado, com formações explicando sobre o ministério instituído do catequista, possibilitando o conhecimento dos documentos, como o Motu proprio do Papa Francisco Antiquum Ministerium e o Documento 112 da CNBB.
Com a definição da instituição, padre Jânison acompanhou o processo formativo, iniciado em fevereiro. Aos sábados, a cada 15 dias, e com atividades para fazer em casa, os catequistas se prepararam para este momento.
“Não foi formação inicial, mas uma formação para catequistas que já atuam, já trabalham. Eles seguiram a proposta do documento aprovado pelos bispos do Brasil de que houvesse uma formação de seis meses e um retiro”, contou padre Jânison.
A celebração da instituição do ministério de catequista foi transmitida no canal da Arquidiocese de Brasília no Yutube. Veja abaixo: