A Palavra Permanece Para Sempre
+ Sergio da Rocha
Cardeal Arcebispo de Brasília
Estamos chegando ao final do Tempo Comum e do Ano Litúrgico, que ocorrerá no próximo domingo. A Palavra de Deus nos leva a refletir sobre como temos vivido e a preparar-nos para o encontro com o Senhor, que virá para julgar os vivos e os mortos, como sempre rezamos no “Creio”. Como “ninguém sabe o dia e a hora” (Mc 13,32) em que o Senhor virá, é preciso estar sempre vigilantes e preparados. O fim do ano torna ainda mais evidente que tudo passa. Contudo, Jesus proclama que “o céu e a terra passarão”, mas que a Palavra de Deus permanece para sempre (Mc 13,31).
O livro de Daniel fala de tempos difíceis, mas destaca a ação de Deus que defende e salva o seu povo (Dn 12,1). A mensagem transmitida pela profecia de Daniel é de esperança em Deus e de responsabilidade a respeito da conduta pessoal, mencionando as diferentes recompensas a serem dadas pelo Senhor aos que “dormem no pó da terra”: “a vida eterna” ou “o opróbrio eterno”. Ressalta-se a recompensa de Deus aos que “tiverem sido sábios” e aos que “tiverem ensinado os caminhos da virtude”: “brilharão como o firmamento”, “como as estrelas”, “por toda a eternidade” (Dn 12,3). Como isso é possível? Encontramos a resposta na própria Liturgia da Palavra: através da salvação, em Cristo, conforme a Carta aos Hebreus, proclamada na segunda Leitura. Jesus Cristo, através da oferenda do sacrifício de sua vida, apaga os nossos pecados e nos santifica. Graças à vitória pascal de Jesus Ressuscitado, a profecia de Daniel se cumpre plenamente: “os que dormem no pó da terra despertarão” (Dan 12,2). Por isso, devemos viver neste mundo com esperança e responsabilidade.
Com a confiança em Deus, nós rezamos o Salmo suplicando: “Guardai-me, ó Deus porque em vós me refugio” (Sl 15). Diante das provações e desafios que passamos e perante o mistério do fim da vida e da história, devemos permanecer firmes e fiéis, testemunhando a Palavra de Deus que permanece para sempre.
O Papa Francisco instituiu o 33º Domingo do Tempo Comum como o dia mundial dos pobres, por meio da Carta Apostólica intitulada Misericordia et Misera (n. 21), como fruto e prolongamento do Ano Santo Extraordinário da Misericórdia (2016). Seja este dia uma ocasião especial para expressar o amor aos pobres, a solidariedade, através de ações pessoais e comunitárias.
No próximo domingo, dia 25, ocorre o encerramento do Ano Nacional do Laicato, tempo especial de valorização e promoção da presença e missão dos cristãos leigos e leigas na Igreja e na sociedade, chamados a serem “sal da terra” e “luz do mundo”. A celebração de encerramento na Catedral de Brasília será às 18 h.