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XXVI Domingo do Tempo Comum – 27.09.2020

A PALAVRA DO PASTOR

+Dom José Aparecido Gonçalves de Almeida

CRISTO POR NÓS SE FEZ OBEDIENTE

Hoje a Igreja no Brasil celebra o Dia Nacional da Bíblia. Esta efeméride é colocada sempre no último domingo de setembro, o mais próximo da memória de São Jerônimo (dia 30). Na Liturgia, a Palavra se realiza sacramentalmente. Por isso a pregação homilética deve culminar na mistagogia, que aponta para a graça anunciada que se realiza na celebração e desponta para a vida concreta. A Palavra requer, portanto, a docilidade e a acolhida que se chama propriamente obediência.

Ezequiel (18,25-28) põe a nu alguns efeitos do pecado. A criatura arvora-se em juiz do Criador, daquele que há de vir para julgar os vivos e os mortos: “A conduta do Senhor não é correta”. Esta expressão encontra muitas traduções atuais, como por exemplo: “Se Deus existe, por que esta pandemia?” ou “Se Deus é bom, como se explica o sofrimento dos inocentes?”, e assim tantas outras. Mas Deus responde prontamente: “É a minha conduta que não é correta, ou antes é a vossa conduta que não é correta?” . Então revela que o mistério da morte se compreende no contexto do mistério da iniquidade, ao passo que o mistério da vida encontra sua plena luz no mistério da piedade, da misericórdia. O Deus justo e fiel tem compaixão de quem se arrepende e retoma o caminho da justiça e do direito. É a isto que se chama obediência.

Jesus diz que o Seu alimento é fazer a vontade do Pai. O Concílio Vaticano II salienta que Ele, “para cumprir a vontade do Pai, inaugurou na terra o Reino dos Céus, revelou-nos o seu mistério e realizou a redenção pela obediência” (Lumen gentium n. 3). São Paulo, retomando um belíssimo hino da liturgia primitiva, exorta os filipenses a imitar a obediência de Cristo: “Tende em vós o mesmo sentimento que existe em Cristo Jesus (…) que humilhou-se a Si mesmo fazendo-se obediente até à morte, e morte de cruz” (Flp 2,5-8). A Sua humilhação na obediência Lhe valeu a exaltação da parte do Pai e a adoração por parte dos seus seguidores. Esta obediência redentora não é em Jesus mera passividade. A Sua obediência – como deve ser a nossa – é ativa. Ele assume como próprios os desígnios do Pai e os meios (a cruz e a entrega até ao fim) para alcançar a salvação do gênero humano (F. Carvajal).

O tema da obediência volta de modo bem prático no Evangelho (Mt. 21,28-32). Dirigindo-se aos circunstantes, Jesus apresenta as atitudes de dois filhos ante o pedido do pai vinhateiro de que eles fossem trabalhar na vinha. Um responde que irá, mas acaba por não ir. O outro diz que não pretende ir, mas revê sua negativa e vai. E Jesus pergunta: “Qual dos dois fez a vontade do Pai?”. Esta pergunta se dirige aos interlocutores de ontem e de hoje. A resposta dada mostra o mistério da misericórdia: salva-se quem se revê, e pratica a vontade de Deus, conhecida pela sua Palavra viva.

A Virgem que sabe ouvir, nos ajude a responder: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”.

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