A Catedral Metropolitana de Brasília recebeu milhares de fiéis para as celebrações centrais da liturgia católica, durante a Semana Santa de 2025. Outras centenas de pessoas participaram, na segunda-feira, 21 de abril, do Jubileu de 65 anos da Arquidiocese de Brasília, quando a arquidiocese recebeu a cruz da primeira Missa no Brasil e rezou com a notícia do falecimento do Papa Francisco.
Missa do Crisma
Na quinta-feira, pela manhã, o clero arquidiocesano participou da Missa do Crisma, na qual são renovadas as promessas sacerdotais dos presbíteros. Nesta renovação, os padres da arquidiocese novamente manifestam o desejo de unirem-se e conformarem-se mais estreitamente a Jesus e de serem fiéis dispensadores dos mistérios de Deus pela celebração da Eucaristia e demais ações litúrgicas. A celebração também é marcada pela bênção dos óleos dos catecúmenos, utilizado no Sacramento do Batismo, e dos enfermos, utilizado no Sacramento da Unção dos Enfermos, e a consagração do óleo do Crisma, utilizado na unção do Sacramento da Confirmação. Por isso, a tradição de chamar a celebração de Missa dos Santos Óleos.
O arcebispo de Brasília, cardeal Paulo Cezar Costa, presidiu a celebração, ladeado pelo núncio apostólico no Brasil e outros bispos auxiliares e residentes em Brasília. Em sua homilia, dom Paulo destacou que Jesus foi ungido pelo Espírito Santo e por Ele foi guiado no seu Ministério, enfatizando que a unção continua na Igreja, pois todo batizado é ungido pelo Espírito Santo e “quem se deixa mover e viver pelo Espírito Santo é homem e mulher da esperança”.
Fotos: Júlia Campos/arquidiocese de Brasília
Ceia do Senhor
À noite, a celebração da Ceia do Senhor, também presidida por dom Paulo Cezar Costa. A celebração abre o Tríduo Pascal, recordando a instituição da Eucaristia e o gesto do lava-pés. E “a Eucaristia vai nos tornando, a exemplo de Cristo, dom de amor, dom de serviço”, um servir que não é humilhação, mas é amar como Cristo amou, ensinou dom Paulo em sua homilia. A Missa também foi marcada pela presença dos membros da Comunidade Católica Shalom que incluiu todas as celebrações do Tríduo Pascal na programação de seu Retiro de Páscoa.
Fotos: Pascom/Catedral Metropolitana de Brasília
Paixão do Senhor
Na Sexta-feira da Paixão, a celebração foi presidida por dom Denilson Geraldo, bispo auxiliar de Brasília. Em sua homilia, ele destacou dos textos litúrgicos a apresentação do sofrimento de Jesus nos momentos que culminaram com sua crucifixão e morte, mas apontando o sentido do sofrimento encontrado em Jesus.
O bispo convidou a olhar com fé a realidade humana do sofrimento, contemplando Jesus, o inocente absoluto que passou pelo sofrimento. “Cristo venceu o sofrimento, venceu a morte. Em Cristo, também venceremos todo o sofrimento. Essa é uma belíssima notícia a toda as pessoas que sofrem”, afirmou.
A celebração foi encerrada com a adoração da Santa Cruz.
Vigília Pascal
No Sábado, a Vigília Pascal teve início na área externa da Catedral, com a bênção do fogo novo, seguida da proclamação da Páscoa, a meditação de várias leituras com a história da Salvação e ainda a renovação das promessas batismais e aspersão da água. “Nesta noite, celebramos a vitória de Cristo sobre o pecado e a morte. A abertura de nova vida em Deus para a humanidade. Todos os ritos desta noite são plenos de significado”, disse dom Paulo.
No domingo, novamente a Catedral foi tomada de fiéis para celebrar a alegria da Páscoa, nas três missas do dia.
Fotos: Pascom/Catedral Metropolitana de Brasília
Misto de sentimentos
Na segunda-feira, uma programação especial estava preparada para celebrar o aniversário de 65 anos de Brasília e da arquidiocese, com um Jubileu especial por ocasião da marca e a acolhida da cruz da primeira Missa celebrada no Brasil, em 1500. Mas o dia iniciou com a notícia do falecimento do Papa Francisco. As celebrações, então, foram tomadas por “um misto de sentimentos”, como afirmou o cardeal Paulo Cezar:
“Alegria e, ao mesmo tempo, tristeza. Alegria porque estamos celebrando 65 anos da nossa amada cidade de Brasília; alegria porque estamos celebrando 65 anos também da nossa arquidiocese de Brasília, mas também com um misto de tristeza porque perdemos nesta manhã o Papa Francisco. O Senhor chamou a si o nosso amado Papa Francisco. Por isso estamos aqui com este misto de sentimentos”, disse.
Dom Paulo destacou a necessidade de celebrar, olhando “tudo aquilo que o Senhor fez nesta cidade de Brasília”, e tendo a “memória agradecida por tudo o que o Senhor fez: Igreja crescendo junto com a cidade, na nossa amada arquidiocese”, uma “Igreja viva” que conta com 167 paróquias atualmente.
Sobre a cruz da primeira Missa no Brasil, que peregrina por todo o país por ocasião dos 525 anos da chegada dos portugueses, dom Paulo destacou que o artigo relembra que o Brasil nasceu como país de fé: “A cruz relembra o amor de Cristo por nós e que na origem deste país está a fé”.